sábado, 20 de fevereiro de 2010

Simbiose



“A que perdi está misturada, tão
misturada comigo
Que às vezes sobe ao meu coração
o seu coração morto
E sinto seu sangue correr nas
minhas veias.
A que perdi é tão presente no meu
pensamento
Que sinto misturarem-se com as minhas
lembranças de infância as lembranças
de sua
infância desconhecida.
A que perdi é tão minha que as minhas
lágrimas vieram dos seus olhos.
E as suas é que descem dos meus.
A que perdi está dentro do meu espírito
como o filho no corpo materno
Como o pensamento na palavra
Como a morte no fim dos caminhos do
mundo.”
Augusto Frederico Schmidt

Era uma vez.... era uma vez...
era uma vez
o dia em que senti
aquela simbiose
que vicia
que sufoca
que segura
...
Era uma vez..... apenas era uma vez....

Era uma vez agora....
cuja simbiose se limita
a circular
no pântano da memória que insiste
em não ser apagada
e que de vez em quando
dá as caras nas profundezas de um sono
um sono sem fim
um sono
com sonhos
que não deveriam estar ali.
Era uma vez
uma vez.
agora.
e para sempre???
Não.
Para sempre não.